Traumático. Esta pode ser uma boa definição para o resultado comercial do Cerato durante o mês de outubro. Após registrar uma média mensal superior a 2 mil unidades entre janeiro e setembro o sedã caiu para 568 unidades no mês passado e pela 1ª vez em 2011 ficou fora do top 50 do mercado brasileiro. Este é o pior resultado desde novembro de 2009, quando apenas 439 unidades foram emplacadas.

O impacto do aumento do IPI e a drástica redução dos estoques em virtude da corrida desenfreada às concessionárias de importados no final de setembro para aproveitar as últimas unidades antes da evolução da alíquota – posteriormente suspensa até 15/12 – contribuíram decisivamente para este número. É importante também considerarmos o crescimento de novos concorrentes do segmento, como o Chevrolet Cruze, o VW Jetta, o Renault Fluence e o Hyundai Elantra.

O resultado prático foi a queda da 3ª para a 12ª posição geral entre os sedãs médios.

Vejamos agora os resultados por estados, por regiões e os consolidados – incluindo vendas dos principais concorrentes:

Será que novembro trará a recuperação do Cerato? Apostas abertas!

O final de outubro se aproxima e o resultado não será nada animador para o Cerato. Pela 1ª vez em mais de 1 ano o sedã deverá emplacar menos de mil unidades – até ontem (26/10) foram apenas 527 unidades comercializadas. Consequência da falta de estoques por conta da corrida às concessionárias no mês passado por conta do aumento do IPI. Que acabou sendo adiado…

Alguém aposta num número para o fechamento do mês?

O Cerato continua mostrando sua força. O sedã médio da Kia emplacou 32.887 unidades vendidas em todo o planeta no mês passado e assegurou a posição de best-seller da marca sul-coreana. No acumulado do ano o modelo chegou a 322.517 unidades – quase 100 mil a mais do que o VW Gol, líder no Brasil (222.917 unidades).

Por aqui o Cerato já emplacou 18.744 unidades até o final do mês passado. Este número já é 31,9% superior ao total vendido em todo o ano de 2010 (14.209 unidades). Pena que o absurdo aumento da alíquota do IPI não nos permita imaginar um futuro tão promissor a partir de agora, notadamente após a divulgação dos novos preços na semana passada.

As vendas do Cerato em setembro cresceram 14,7% na comparação com os resultados de agosto – foram emplacadas 1.782 unidades, contra 1.554 registradas no mês anterior. Este resultado, no entanto, foi insuficiente para devolver o sul-coreano à 2ª posição do segmento. Além disso o Honda Civic abriu uma boa vantagem e já retomou a 2ª posição no acumulado do ano.

Na disputa por regiões o Cerato garantiu o 2º lugar no Nordeste, o 3º no Nordeste e no Norte, e o 4º no Sul e no Centro-Oeste. Nos estados a única liderança para o modelo aconteceu em Roraima, e ainda assim dividida com o Corolla, com o Civic e com o Fluence. O Cerato, no entanto, garantiu a 2ª posição em 11 estados (entre os quais RJ, GO, BA e PE) e a 3ª em outros 5 estados. A pior colocação dentro do segmento foi registrada no Acre (8º lugar).

Confira agora os resultados por estados, por regiões e os números consolidados, incluindo comparativo com os principais concorrentes:

Pessoal, o que infelizmente já esperávamos aconteceu: a Kia divulgou a nova tabela de preços de todos os seus modelos comercializados no Brasil após o aumento da alíquota do IPI para veículos importados (fonte: http://carplace.virgula.uol.com.br/kia-divulga-novos-precos-apos-aumento-do-ipi/). Embora a média de elevação tenha sido na casa dos 8%, as versões do Cerato tiveram um aumento médio de 10,15%:

PICANTO – aumento médio: 12,46%
J.318 – R$ 39.900 (antes: R$ 34.900)
J.319 – R$ 43.900 (antes: R$ 38.900)
J.320 – R$ 44.900 (antes: R$ 39.900)
J.368 – R$ 44.900 (antes: R$ 39.900)
J.369 – R$ 48.900 (antes: R$ 43.900)
J.370 – R$ 49.900 (antes: R$ 44.900)

CERATO – aumento médio: 10,15%
E.221 – R$ 59.400 (antes: R$ 53.400)
E.222 – R$ 63.400 (antes: R$ 56..900)
E.233 – R$ 64.900 (antes: R$ 59.900)
E.273 – R$ 67.900 (antes: R$ 61.900)
E.283 – R$ 69.900 (antes: R$ 64.900)
KOUP – R$ 89.900 (antes: R$ 79.900)

CADENZA – aumento médio: 9,94%
Z.554 – R$ 132.900 (antes: R$ 119.900)
Z.555 – R$ 136.900 (antes: R$ 124.900)
Z.556 – R$ 139.900 (antes: R$ 127.900)
CARENS – aumento médio: 9,92%
C.162 – R$ 76.900 (antes: R$ 69.400)
C.167 – R$ 86.900 (antes: R$ 79.700)

CARNIVAL – aumento médio: 7,23%
V.291 – R$ 134.900 (antes: R$ 124.900)
V.296 – R$ 164.900 (antes: R$ 154.900)

SOUL – aumento médio: 7,59%
U.121 – R$ 59.900 (antes: R$ 54.400)
U.123 – R$ 66.900 (antes: R$ 62.400)
U.124 – R$ 64.900 (antes: R$ 60.400)
U.126 – R$ 66.900 (antes: R$ 62.400)
U.173 – R$ 71.900 (antes: R$ 67.400)
U.174 – R$ 69.900 (antes: R$ 65.400)

SPORTAGE – aumento médio: 6,57%
P.324 – R$ 88.900 (antes: R$ 83.900)
P.374 – R$ 93.400 (antes: R$ 88.900)
P.394 – R$ 104.900 (antes: R$ 97.900)
P.395 – R$ 104.900 (antes: R$ 97.900)
P.396 – R$ 112.900 (antes: R$ 105.900)
P.495 – R$ 109.900 (antes: R$ 103.400)

SORENTO – aumento médio: 8,46%
S.253 – R$ 107.900 (antes: R$ 98.400)
S.356 – R$ 124.900 (antes: R$ 117.900)
S.456 – R$ 132.900 (antes: R$ 122.900)
S.554 – R$ 128.900 (antes: R$ 118.150)
S.558 – R$ 132.900 (antes: R$ 121.900)
S.654 – R$ 133.900 (antes: R$ 123.150)
S.658 – R$ 137.900 (antes: R$ 126.900)

MOHAVE – aumento médio: 10,90%
H.558 – R$ 179.900 (antes: R$ 169.900)
H.658 – R$ 159.900 (antes: R$ 139.900)
H.858 – R$ 179.900 (antes: R$ 159.900)

BONGO – aumento médio: 4,02%
K.172 – R$ 56.900 (antes: R$ 54.900)
K.772 – R$ 56.900 (antes: R$ 54.900)
K.173 – R$ 59.900 (antes: R$ 57.600)
K.274 – R$ 68.900 (antes: R$ 63.400)
K.370 – R$ 59.400 (antes: R$ 57.100)
K.371 – R$ 62.400 (antes: R$ 59.800)
K.403 – R$ 69.400 (antes: R$ 66.600)
K.503 – R$ 73.900 (antes: R$ 69.100)
K.504 – R$ 77.900 (antes: R$ 72.900)

A realidade dos fatos: um Cerato de entrada, antes oferecido por R$ 53.400, passou agora para R$ 59.400. Já a versão top E.283 agora bate nos R$ 69.900, contra os R$ 64.900 de antes. Todo o custo-benefício do sedã da Kia fica comprometido por estes valores, similares aos de modelos concorrentes mais sofisticados. Imaginem o caso específico da versão E.283: se o preço de tabela agora é de R$ 69.900 e como o custo do frete costuma ser embutido (média de R$ 2 mil), o valor final chegará na casa dos R$ 72 mil. Por mais que o Cerato ofereça um conjunto interessante, este preço o torna “carta fora do baralho” diante de concorrentes que, nesta faixa de valor, costumam oferecer um nível superior de motorização e de equipamentos.

O que é pior ainda está por vir: mesmo com estes reajustes o presidente da Kia, José Luís Gandini, afirmou que novas alterações nos valores deverão ser realizadas em novembro e dezembro.

É uma grande pena, mas a Kia terá muito, mas muito trabalho pela frente com valores como esses. Infelizmente o jogo foi alterado pelo governo já com a bola rolando e a 1ª vítima parece ter sentido o baque.